Imagine uma menina moleca, bem arteira, daquelas que quebram
as coisas da mãe, que passa trote para os vizinhos, sobe na árvore, brinca com
os meninos, toma banho de mangueira etc etc etc...
Minha infância foi uma fase
maravilhosa em minha vida, cheia de alegrias, amigos e brincadeiras. Onde se
podia brincar na rua, jogar queimada, brincar de esconde – esconde, claro, até
antes de anoitecer se não o papai brigava. E pra completar toda essa farra, ainda tive uma irmã pra poder dividir todas as travessuras que deixavam nossa mãe
de cabelo em pé. Era um tal de “Menina, passa pra casa” pra lá, “Menina, eu vou
contar pro seu pai, ein”, pra cá. Mas não tinha jeito, pulávamos o portão pra
estar com a garotada da rua. Também tinha os passeios em família na praia de
Jacaraípe, onde quase sempre arranjávamos uma amiguinha mineira. Tinha o meu
quintal enorme e algumas árvores plantadas pelo meu pai e adoradas por mim e
minha irmã. Em especial um pé de manga, que era nossa preferida. Sonhávamos em
fazer dela uma casa na árvore e passávamos horas lá chupando cana.
Quando volto a esse bairro
cada detalhe me faz relembrar esses momentos da minha infância, o pé de manga
que ainda está lá, amigos de infância, a querida rua palco de nossas
brincadeiras, as mães de nossos amigos, e tudo o que me leva a lembrar do tempo
em que a vida era sempre primavera.